Quem verdadeiramente ama, não diz "eu te amo"
"Vez ou outra o incômodo na garganta era a vontade de engolir sua voz. Você tinha medo do meu olhar e estava certo ao ilustrar que ele parecia querer te devorar. Minha boca, minhas mãos, meu coração, tudo, tudo ansiava por um pedaço de você. Seria somente um trago, e te traria de volta se você não quisesse mais. Eu posso roubar sua essência sem nunca possuir seu amor? Posso te ter em minha cama e não estar em seu pensamento? Te trouxe para dentro de mim o máximo que pude, por saber que quando te perdesse viveria alguns minutos somente com as lembranças. E quando elas se transformassem em saudades, e depois em loucura, e depois em solidão, e depois em não consigo viver sem você, e depois em um texto clichê, perdi o rumo. Eu poderia morrer de abstinência se tivesse a certeza que meu ápice um dia foi uma overdose de você. Quem comete suicídio não dá aviso prévio. Quem verdadeiramente ama, não diz eu te amo. Eu coloquei a corda no pescoço em silêncio e sem despedidas, para que você soubesse que o seu amor me fez existir, e a dor egoísta de não ser o suficiente me fez desistir. Foram as duas únicas coisas que senti de verdade em minha vida. O amor e a morte. Também senti seu gosto. Nasci quando te conheci, e morri quando você não quis ser uma parte de mim."
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